CASAS ASTROLÓGICAS

Entendendo as casas

As casas astrológicas são numeradas no sentido anti-horário a partir da cúspide da primeira casa e sempre projetadas na eclíptica. Em geral, o Sol estará posicionado acima do horizonte, entre as casas 7 e 12 se a pessoa nasceu durante o dia (chamado de mapa diurno) e abaixo do horizonte, entre as casas 1 e 6 se você nasceu durante a noite (mapa noturno).

Em um Mapa Astral, os planetas revelam o tipo de energia que está sendo tratada, os signos a forma que essa energia se expressa e as casas mostram aonde essa combinação está se manifestando no plano terreno da existência. As casas mundanas simbolizam as áreas, os setores que compõem a vida humana, onde os planetas e os signos do zodíaco se manifestarão. Cada casa do mapa astral simboliza um aspecto da vida mundana e estará impregnada por alguma energia planetária ou apenas o grau de algum signo. Ou seja, a análise da casa demostrará a área da vida a qual o planeta e o signo se manifestará de forma mais evidente.

As casas não emanam energias, como os planetas, nem aplicam modos de operação, como os signos e seus elementos. As casas são exatamente onde essas energias terão mais chances de se manifestar. São os campos de experiência na vida terrena, não a experiência em si. Se nenhum planeta for encontrado em uma determinada casa, isso não significa que essa área da vida não seja importante: a casa deve ser analisada de acordo com a energia do signo que está em sua cúspide, ou seja, na linha de início da casa.

As casas do mapa astral começam com o chamado Signo Ascendente, que é o signo que está nascendo no horizonte ao leste no momento do nascimento. É a cúspide (linha divisória) da primeira casa. As casas que o seguem dão a volta no mapa no sentido anti-horário, portanto em ordem numérica inversa (decrescente). O Meio do Céu é o ponto que o sol ocuparia ao meio dia, o ponto mais alto do mapa.

As classificações AngularSucedente e Cadente são aplicadas às casas da mesma forma que as classificações CardinalFixo e Mutável são utilizadas para os signos.

Ter um signo em uma determinada casa significa poder se expressar ou adquirir algo, para em seguida, ponderar sobre as consequências e fazermos uma nova ação, se necessário. Por exemplo, nós nos expressamos no mundo, mudamos nosso ambiente e refletimos sobre tudo para fazermos uma nova ação. Estabelecemos um lar, fazemos filhos e em seguida, trabalhamos para sustenta-los. Adiante, temos o nosso parceiro para interagir e como resultado, recebemos certos benefícios com base em nossos relacionamentos.

Como resultado, refletimos sobre a nossa vida para talvez realizarmos grandes mudanças, objetivando longas jornadas. Cada uma dessas experiências distintas fazem partes das casas e são divididas em 12, complementares umas às outras, como você verá adiante.

A importância das casas

A interpretação das casas astrológicas na análise de um mapa astral é algo muito importantes, embora bastante sensível. Em um dia, um Ascendente (cúspide da 1ª casa) se moverá através de todos os signos do zodíaco, ou seja, a cada duas horas mais ou menos, as cúspides mudam totalmente de um signo para outro.

Isto quer dizer que, para que as informações das casas no seu mapa astral seja a mais precisa possível, seus dados de nascimento precisam ser informados corretamente, caso contrário, toda a análise das casas poderá ficar invalidada. Muitas pessoas não sabem ou não dão o devido valor à hora em que nasceram, informando de forma equivocada na criação do mapa e tendo toda a parte das casas invalidada. Esta informação jamais deve ser negligenciada.

A relevância das casas na análise do mapa

Diz-se que uma casa astrológica é governada pelo planeta que rege o signo onde está a sua cúspide. Ou seja, se cúspide da terceira casa se encontra no signo de Áries, por exemplo, o regente da casa será justamente o regente de Áries, no caso, o planeta Marte.

Uma informação relevante na delineação de um mapa astral é que, casas angulares manifestam de maneira mais intensa a ação de seus regentes. A seguinte informação é baseada na astrologia tradicional, já que os astrólogos modernos não consideram que uma casa é mais influente do que outra, embora esta peculiaridade pareça bastante interessante:

Planetas em casas angulares exercem 100% do seu poder. Em casas sucedentes, apenas 50% e em casas cadentes apenas 25%. Tradicionalmente, a força exercida pelas casas fica assim: 1, 10, 7, 4, 11, 5, 9, 3, 2, 8, 6, 12, sendo as três últimas menos favorecidas.

Hemisférios Norte e Sul

Na interpretação do mapa astral, isto está relacionado ao fato do mapa ter mais planetas acima ou abaixo do horizonte.

As Casas do Norte, de 1 a 6, são consideradas como sendo subjetivas, direcionadas para o interior, ou seja, "introvertidas". São mais "caseiras", indicam que você leva mais em consideração as razões internas, suas próprias opiniões e visões. É o polo que diz que você precisa passar algum tempo sozinho todos os dias, para recarregar.

As Casas do Sul, de 7 a 12, são consideradas objetivas, direcionadas para o exterior, ou seja, "extrovertidas". São mais mundanas em suas perspectivas e consideram razões e informações externas, isto é, dependentes de outras opiniões. É o polo que diz que você precisa também socializar a cada dia, a fim de recarregar.

Hemisférios Leste e Oeste

Na interpretação do mapa, está relacionado ao fato do mapa ter mais planetas nascendo ou se pondo. Estas casas indicam a sua fonte de motivação, interna ou externa, ou seja, se você faz as coisas mais para o seu próprio bem ou por uma recompensa ou aprovação externa.

As Casas do Leste, 1, 2, 3 e 10, 11, 12, são consideradas de independência, auto-afirmação ou auto-centradas. Estão intrinsecamente ligadas à motivação. De uma forma simples, isto significa que fazem as coisas por causa de seus próprios motivos, desejos, ímpetos, etc. e não tanto por recompensas externas. Querem sentir que são livres para fazer o que querem e se sentem mais donos do seu destino. A sua motivação principal é a satisfação do ego.

As Casas do Oeste, 4, 5, 6 e 7, 8 e 9, são consideradas cooperativas, dependentes ou "dos outros". São motivados extrinsecamente, são coisas ligadas aos outros ou recompensas externas. Consideram que são, em certo ponto, dependentes do destino. A sua motivação é a aprovação externa e a recompensa.

Casas Angulares, Sucedentes e Cadentes

Enquanto usamos as palavras Cardinal, Fixo e Mutável para descrever os signos, usamos as palavras Angulares, Sucedente e Cadentes para se referir às posições análogas das casas.

A seqüência de angular, sucedente e cadente funciona assim: o ser aparece no mundo - ou faz algo, e como resultado, reúne muitas coisas e recursos. Por fim, estes são perdidos, trocados ou dados, ou seja, se vão. E isso se repete em ciclos.

Outra maneira de fazer uma analogia é: começamos alguma coisa, e como conseqüência, adquirimos recursos ou habilidades, ou seja, coisas de valor. Por fim, refletimos sobre o que adquirimos ou aprendemos e usar isso para determinar o que vamos fazer a seguir, como vamos fazê-lo e para onde vão.

Casas Angulares

A palavra "angular" aqui refere-se aos ângulos principais, as quais são a primeira, quarta, sétima e décima casas. A palavra-chave para as casas angulares são o "Eu". Nesse caso, o "Eu" significa "O Ego". As casas angulares nos dizem como lidar com a realidade, como começamos as coisas.

  • Casa 1 - A primeira casa rege o potencial pessoal, a forma como iniciamos as coisas e o próprio corpo ou aparência. Por exemplo, se vênus está na primeira casa, temos a tendência a nos apresentar de uma forma harmoniosa e diplomática.
  • Casa 4 - A quarta casa, que é a da família, ou o "eu" em relação à família, significa o ego que criamos a partir do passado, as origens genéticas, a memória, o auto-desenvolvimento, etc.
  • Casa 7 - A sétima casa é o "eu" em relação aos outros (interpessoal).
  • Casa 10 - A décima casa é o "eu público" (fama, notoriedade), ou o "eu" visto pelas pessoas.

Casas Sucedentes

A palavra "sucedente" significa "seguir" ou "alcançar" (ou meios para se seguir ou alcançar o sucesso). As casas sucedentes são a segunda, quinta, oitava e décima primeira. A palavra-chave para as casas sucedentes é "coleção". Uma coleção pode significar juntar dinheiro. Também pode significar juntar coisas e se proteger, em prol de segurança. Uma conseqüência direta de colecionar coisas é a organização. Precisamos organizar e nos organizar. Isto implica a gestão do que você tem e o desenvolvimento dos seus recursos. E tudo isso pode ser um prazer, pois você pode desfrutar de suas aquisições. Este é o ciclo. Estão ligadas aos signos fixos.

  • Casa 2 - A segunda casa é muitas vezes associada à riqueza, de bens pessoais. Naturalmente, o que acumulamos depende do valor que atribuímos. A segunda casa está preocupada com o que nós damos valor, incluindo nós mesmos e nossa auto-estima assim como o que ganhamos.
  • Casa 5 - A quinta casa, muitas vezes refere-se a prazeres, que são o resultado de alguma atividade. Preocupa-se com amor e romance, assim como todos os tipos de entretenimento, incluindo quaisquer jogos e esportes. Também diz respeito a crianças.
  • Casa 8 - A oitava casa às vezes se refere aos recursos compartilhados, incluindo heranças. Também tem a ver com o sexo e regeneração - a rapidez com que pode se recuperar de uma doença, etc. Trata da saúde, do dinheiro de outras pessoas e dos valores sociais.
  • Casa 11 - A décima primeira casa refere-se aos amigos e grupos, que foram também "colecionados". Também se preocupa com esperanças e desejos que temos. Está preocupada com o futuro, e tais preocupações também envolvem os valores que esperamos que a sociedade adote.

Casas Cadentes

Cadente nesse caso significa "queda", "chegar ao fim" ou "resolução". As casas cadentes são a terceira, sexta, nona e décima segunda. A palavra-chave para cadente é "dispersão". Um dos significados de dispersão é "dar" ou "doar". Quando um grupo de pessoas rumam para caminhos separados, dizemos que se dispersam. Outra maneira de exemplificar é em termos de reflexão (pensamento) e suas conseqüências. Tendo tomado ação como seres conscientes, ganhamos segurança ou reunimos valores e conseguimos (ou não) refletir sobre algo (pensar seriamente sobre alguma coisa ou situação), portanto este é o ciclo de reação da ação, de lidar com as consequências.

Nas casas cadentes, refletimos sobre o que aconteceu antes e o que vamos fazer em seguida, ou seja, o que vai acontecer no futuro. É onde acontece o pensamento antes de tomar a próxima ação. No mundo, as casas cadentes aparecem periodicamente, nos momentos onde as estações do ano estão para mudar. Na astrologia, significa pensarmos sobre o passado e o futuro de uma forma mais ou menos crítica, detalhada e impessoal, com a intenção de usar o que aprendemos para dar os nossos próximos passos na vida.

  • Casa 3 - A terceira casa está preocupada com a comunicação, que em certo sentido, pode se dizer que seria "dispersar" o nosso conhecimento e experiência para os outros. É o ato de pensar sobre as coisas, ir aqui e ali compartilhando nosso conhecimento, assim como ganhando mais conhecimento. Este não é um conhecimento profundo, no qual é a preocupação da nona casa, e sim simplesmente fatos e informações. Literatura e comunicação verbal são ressaltados.
  • Casa 6 - A sexta casa é a casa de serviço, onde voluntariamente dispersamos nossos recursos pessoais e habilidades para ajudar os outros, fazer a manutenção e melhoras as coisas. É onde pensamos seriamente sobre questões de trabalho, rotinas e de saúde, e, como resultado, compartilhamos nosso conhecimento, principalmente no sentido de fazer as coisas para os outros, servindo.
  • Casa 9 - A nona casa é a da filosofia e expansão da consciência, onde residem preocupações maiores e educação de nível superior, onde doamos nosso tempo e esforço para expandir nosso potencial mais elevado. Aqui nós pensamos muito profundamente sobre as coisas, tomando viagens mais longas a fim de adquirir conhecimento.
  • Casa 12 - A décima segunda casa pode se referir ao karma, "lei do retorno" ou assuntos ditos religiosos ou espirituais. Esta é uma casa de "não-eu", da quebra do ego, o que significa que está preocupada com as grandes instituições e formas mais impessoais de se lidar com as coisas, como hospitais, prisões, grandes burocracias, o serviço civil, o "além", etc. que são as áreas e assuntos onde pode se dizer que existe um tom de apenas servir ao invés de buscar algum lucro material, e onde os trabalhadores e gestores são basicamente anônimos. É a casa do serviço altruísta e impessoal. Pode-se também atrelar esta casa aos assuntos ocultos, que às vezes pode significar também algo de bom que não é publicado (serviço abnegado, modesto) ou às vezes um mal que está escondido, infiltrado. Também se refere a assuntos ocultos que estão sendo descobertos, como pesquisas científicas ou algo do tipo. Refere-se também as "atividades nos bastidores", para o bem ou mal. Qualquer pessoa que revê sua vida, é provável que pense em coisas que não fizeram e ou que gostariam de ter feito, assim como as coisas que fez ou que desejaram e e não possuíram. Isso pode resultar em sentimentos como alguma tristeza, culpa ou vergonha como também orgulho e satisfação, quando pensamos nas coisas boas que fizemos (ou mesmo nas tentações que resistimos). A décima segunda casa também está preocupada com a saúde, seja como profissão ou como lidamos com a doença. Também está preocupada com a meditação (reflexão), o auto-sacrifício (desprendimento) e caridade (doação altruísta). Indica também áreas onde temos inimigos secretos, que podem ser até mesmo certos aspectos de nós mesmos, aqueles que agem como sabotadores subconscientes que podem nos levar a nossa ruína.

 

A Casa 1 - Identidade, Vitalidade, Aparência...

Geralmente referida como a "Casa do Eu", a cúspide (linha inicial) da Primeira Casa no mapa astral é o local do Ascendente, ou seja, o Signo que estava nascendo no horizonte oriental no exato momento do nascimento. Tal como todas as outras casas do mapa astrológico, pode estar vazia ou conter vários planetas. Esta é a única casa do mapa que trata exclusivamente sobre nós mesmos, sendo o espaço do "Eu", dando dicas sobre o modo como iniciamos as coisas, a qualidade das nossas iniciativas na vida.

É uma ponte que conecta o Eu a tudo que está fora e define o básico da aparição de um indivíduo no mundo: seu corpo físico, pontos fortes e fracos, bem como sua personalidade mais primordial, sendo considerada a porta de entrada para as experiências da vida. Revela nosso temperamento mais evidente, exposto, a imagem que tentamos passar.

A casa 1 tem potencial para afetar todo o mapa. No sentido prático, significa que o planeta que governa o seu signo Ascendente representa boa parte da sua energia pessoal.

Ao analisar a casa 1 em um mapa astral, encontramos algumas das características inatas com as quais nascemos, sendo talvez a casa mundana mais importante. Não só por ser a primeira casa angular, mas é que os planetas contidos nesta casa, assim como o regente do ascendente (planeta que rege o signo que se encontra na cúspide da Casa 1) e os aspectos formados com outros astros e pontos do mapa, fornecem uma visão única para o modus operandi mais original que a pessoa usa como base para suas ações, aquelas que são fortemente sentidas e expressadas - para o bem ou para o mal. Ou seja, o Ascendente, seu regente e aspectos encontrados ali formam uma engrenagem que nos guia e nos ajuda a navegar pela vida, com sucesso ou não.

O signo que possui uma afinidade natural com a Casa 1 é Áries e o planeta é Marte.

Nossos começos e visões de mundo

O conjunto Ascendente / Casa 1 constitui um dos mais importantes pontos do mapa astral, pois faz parte da cruz cardinal junto com o Descendente (cúspide da Casa 7), o Fundo do Céu (cúspide da Casa 4) e o Meio do Céu (Cúspide da Casa 10).

As casas angulares mostram como lidamos com o "aqui e agora", como encaramos a realidade. Planetas localizados próximos a estes pontos tendem a potencializar bastante a dinâmica astrológica de um mapa astral. Em um nível mais elevado de compreensão, o Ascendente é o momento exato em que uma nova alma começa sua jornada na vida, o corte do cordão umbilical e a independência com o útero materno (um tema de Casa 12).

Nosso aparecimento e interação como indivíduos no mundo é algo muito importante. Por estarem naturalmente ligados ao nascimento, o Ascendente e a Casa 1 como um todo são energias recorrentes sempre que iniciamos alguma coisa. Quando tomamos iniciativas e começamos algum projeto, por exemplo, é como se estivéssemos "nascendo de novo" em alguma atividade ou ação, por isso todo o complexo planetário que interage com a casa 1 é importante nesse sentido.

Determina muitas características que demonstramos espontaneamente e mostra a nossa reação natural a novas pessoas e situações, portanto o signo que está na cúspide da primeira casa pode trazer muitas informações importantes, assim como a localização do regente deste signo. Simboliza a nossa resposta espontânea aos estímulos do mundo, sendo o nosso modo de "piloto automático" quando enfrentamos um novo ambiente ou situação. A energia que circula por esta casa também ajuda a nos proteger das fraquezas impostas pelo nosso signo solar, equilibrando nossa essência primordial com características importantes e complementares.

Pensando em termos de nascer do sol, por exemplo, a Casa 1 simboliza os começos centrados em torno do indivíduo. Complementando a interpretação do Ascendente (que é o signo que está na cúspide apenas), a visão completa da Casa 1 nos dá mais informações sobre as características do nascimento e a primeira fase da infância. Desde os nossos primeiros passos até a nossa visão primária do mundo pode ser considerado um tema de Casa 1. É a nossa primeira identificação com a vida e incita perguntas como: "Quem sou Eu?", "Como vou me movimentar no mundo?", "Como percebo melhor o meu Eu?", "Como vou me desenvolver?", "Qual é a minha primeira visão sobre a vida e as situações que se apresentam a mim?".

Tudo começa na Casa 1 e ela, como uma casa angular muito importante na delineação de um mapa astral, irá moldar o nosso temperamento básico durante a vida. É a qualidade da primeira visão e percepção do bebê recém-nascido, a sua primeira troca energética com o meio ambiente.

Nos descobrindo como indivíduos

O Ascendente simboliza o que projetamos naturalmente e sem perceber quando encontramos os outros, a "máscara" que usamos em público quando cumprimentamos o mundo e as pessoas. Muitas vezes, mostra como os outros nos percebem assim que nos conhecem, é o filtro por onde tudo passa primeiro antes de chegar na nossa essência real, agindo como uma lente através da qual o restante do mapa é interpretado.

O escopo da primeira casa mundana fala também sobre a realização do potencial de uma pessoa, da visão de mundo, do mecanismo de ação do ego e do processo de se tornar um indivíduo único. Este processo é, de fato, uma das maiores contribuições que podemos fazer para o mundo em que vivemos. Nossas maneiras, estilo, temperamento, energia, disposição, força e características físicas (como o formato da cabeça e do rosto, por exemplo) assim como fraquezas, gostos e desgostos básicos caem no escopo da casa 1.

Os planetas que interagem com a Casa 1 podem ajudar a descrever um pouco do nosso jeito de ser ou aparência: Com vênus na Casa 1, por exemplo, a tendência é a pessoa ser mais atraente ou agir de uma maneira mais "light", bela, suave e venusiana. Com Plutão transitando por ali, a pessoa tende a ser mais plutoniana, pesada, controladora e desconfiada. Já com Saturno na primeira casa, um comportamento mais saturnino pode ser percebido, tornando a pessoa mais rígida, séria, carrancuda ou travada.

 

A Casa 2 - Recursos e Valores

É na Casa 2 que vamos concretizar, fixar e dar forma ao que iniciamos sob o impulso que se iniciou na Casa 1. Nesta área da vida, entramos em contato com nossos recursos, nossos valores e nossas posses, sendo o setor do mapa onde lidamos com os conceitos de valorização, segurança e estabilidade que vamos utilizar durante a vida. Representa tudo o que a pessoa chama de "Meu", sendo a materialização da nossa energia pessoal em algo tangível.

É o local onde somos capazes de direcionar nossa energia a algo que podemos tocar, segurar ou usar, uma consequência natural da nossa manifestação no mundo advinda da primeira casa mundana. É considerada a porta de entrada para o nosso instinto de sobrevivência, a comida que ingerimos para saciar a nossa fome energética, a qual fortalece nosso corpo e torna possível os pensamentos e o modo de raciocínio, temas da próxima casa.

Governa nosso dinheiro, as coisas que queremos ter na vida, disposição para obter e gerir recursos, os alimentos que mais gostamos, a influência que o nosso modo de consumo exerce sobre nossa situação financeira ao longo da vida e os nossos bens em geral, assim como nossa atitude em relação a eles. Também dá pistas do tipo de trabalho que gostamos de realizar ou nos envolver, assim como nossas habilidades herdadas. Diz o tipo de coisa material que queremos: dinheiro, boa aparência, corpos saudáveis, carros, casas... mas o que obtemos de fato depende de quão bem alinhamos esses desejos com o que fazemos todos os dias para conquistá-los.

Mostra o tipo de valor que damos ao que temos e a tudo o que fazemos, sendo o local que define o nível mais básico do nosso objetivo material na atual existência. Fala do tipo de realização pessoal advindo das questões materiais, da maneira como as aceitamos e como elas nos satisfazem, nos alimentam e nos preenchem.

Já foi chamada de "Portão de Hades" pelos antigos, fazendo uma alusão ao Deus do submundo e suas tentações, pois é uma casa que trata de temas deveras tentadores que dão margem para seduções sensoriais ou materialismo exacerbado, comportamentos que podem fazer muitas pessoas perderem seu caminho ou estagnarem sua evolução por conta de hedonismo ou avareza.

Popularmente é conhecida como "A Casa do Dinheiro", mas seu significado, como visto acima, vai muito além disso. Os planetas que interagem com a segunda casa do mapa podem descrever nossa atitude perante ao dinheiro, parte da nossa capacidade financeira (assim como a falta dessa mesma capacidade). Representa também como alguns de nossos hábitos influenciam nossos pensamentos. Quando estão em boa sintonia com nossos desejos e objetivos, a segunda casa pode produzir pensamentos de qualidade, mas quando há uma tensão nessa área, escolhas ou sentimentos ruins podem aparecer.

Ter uma boa interação astrológica na Casa 2, ou seja, planetas e signos afins e com bons aspectos, pode implicar em boa fertilidade material. Já a falta dessa afinidade pode causar apego, dependência material e avareza. Uma dica de manutenção relativa a noção de corporeidade da segunda casa é fazer uma dieta saudável, por exemplo, pois isso pode nos purificar de substâncias negativas que se acumulam em nosso corpo, consequentemente limpando também a nossa mente, algo que nos leva a fazer escolhas financeiras mais claras.

O signo que possui uma afinidade natural com a Casa 2 é Touro, um signo fixo, e o planeta é Vênus.

O real valor do que temos

A Casa 2, como sendo a "Casa das Posses", trata de tudo aquilo que possuímos, mas não necessariamente coisas tangíveis e físicas. Como dito antes, trata de tudo o que chamamos de "Meu" na vida. Se analisarmos com mais cautela, vamos ver que também dizemos que possuímos sentimentos e emoções, assim como habilidades, necessidades e desejos. São recursos de interação que desenvolvemos ao longo da vida como resultado da nossa aparição no mundo. Descreve também a nossa ambição de acumular riqueza, propriedades e se temos vontade de crescer nesse sentido.

Não só recursos físicos e patrimoniais, mas também emocionais, psicológicos, espirituais e até mesmo pessoas fazem parte do escopo do "Meu". Nesse sentido, dependendo do signo e / ou astro que transita por ali, os contatos, os relacionamentos, o povo, a cultura ou a saúde podem também ser considerados "recursos pessoais" tão ou mais importantes como o dinheiro e a gestão e acúmulo de bens.

A segunda casa demonstra a forma como damos valor às coisas: quanto custa um produto, se vale a pena comprá-lo ou não, etc. Indica nossa atitude para com o que possuímos, a forma como obtemos as coisas, como as tratamos, como as gerenciamos, como as guardamos e como tiramos proveito delas. O ideal é que os recursos sempre melhorem nossas vidas, provendo nossa sobrevivência, mas também a daqueles que nos rodeiam. Analisar a segunda casa pode nos dar dicas de como a pessoa se porta no sentido de aquisição e manutenção dos recursos.

Representa também tudo que a pessoa recebe de berço. Seu corpo, suas forças vitais, sua hereditariedade - tanto dos pais quanto cultural. Indica tudo que "ganhamos" ao nascer, as habilidades inatas, incluindo nossos talentos, os cinco sentidos sensoriais e também um pouco do mecanismo que faz a gestão da nossa autoestima, ou seja, o nosso senso de valorização pessoal.

Para quem acredita em reencarnação, de acordo com a astrologia cármica, a segunda casa também refere-se ao que seu espírito construiu, em vidas passadas, na forma de poder ou habilidades e que agora tem condições de trazer para a vida atual.

Incita questionamentos fundamentais na interpretação de um mapa astral, tais como: "O que eu valorizo?", "Por que eu valorizo isso?", "Quem eu valorizo?", "O que eu realmente possuo e o que eu quero possuir - e por quê?", "eu sei medir bem o valor de cada coisa?". As respostas para estas e outras questões fazem parte do escopo da interpretação da Casa 2, que indica também quais são os recursos que temos ou queremos ter para nos sentirmos seguros e importantes.

Indica como conquistamos os meios para sobreviver e como adquirimos e usamos nossos bens mais líquidos, aqueles que podemos vender, trocar ou negociar rapidamente. Isso é muito importante, pois podemos possuir terras, casas e afins (bens imóveis), mas se não tivermos dinheiro (liquidez) para pagar nossas despesas, de nada adianta, por isso saber equilibrar e ter um bom senso na gestão desses assuntos é muito importante.

Sendo assim, a segunda casa também tem a ver com a nossa sobrevivência, pois hoje em dia nosso dinheiro é usado para adquirir comida e abrigo. Em uma vida mais primitiva, precisávamos caçar e ter habilidades agrícolas para sobreviver, ou seja, a Casa 2 lida com quaisquer talentos e habilidades que podemos usar para termos mais chance de sobreviver. É a área do mapa que mostra tudo aquilo que uma pessoa acha necessário para sua segurança, os recursos e atributos que dão o sentido de valor às nossas vidas. E isso inclui a nossa renda (e a nossa capacidade de influenciá-la para mais ou para menos), assim como investimentos e propriedades móveis (carros, roupas, objetos, colecionáveis, joias e bens similares). A forma como vemos o dinheiro, a aquisição de riquezas e endividamentos (não são só os lucros, dívidas também entram em cena aqui), as sortes e revezes financeiros, a poupança, o orçamento e toda sorte de situações similares.

Aquele questionamento fundamental se "dinheiro traz ou não felicidade" é algo a ser analisado dentro do escopo da Casa 2. Todo esse contexto de posses e bens com certeza é algo que nos ajuda durante a vida em nossa manutenção, sustento, obtenção de uma maior posição social e reconhecimento, mas o sucesso real, no caso, vai depender de como vamos nos portar perante a estes temas. Devemos ter a capacidade de usar nossas posses de forma honesta e equilibrada para haja uma melhor fluidez energética e um reaproveitamento para um bem maior. Este é um setor do mapa que deve estar sempre equilibrado para que a nossa segurança e os nossos recursos sejam providos corretamente.

Os tipos de valorização

Damos importância a muitas coisas na nossa vida, mas cada um valoriza o que possui de maneira diferente. Dividimos nossos recursos e posses em alguns níveis. Qual possui mais valor para você?

  • Material e concreto: os objetos que possuímos, o nosso corpo físico como elemento de autovalor, nossa renda, etc.
  • Moral e psicológico: as nossas qualidades, os recursos de que dispomos para sobreviver, nossa coragem, autoestima, perseverança, inteligência, etc.
  • Espiritual: nossa devoção, desapego, generosidade, etc.

Vemos, assim, que a segunda casa indica não apenas o "ter", mas também o "usar" e o "gerir", atividades aqui encaradas como complementares ao "Ser".

 

A Casa 3 - Comunicação e Aprendizagem

Casa 3 representa a primeira tomada de consciência e o primeiro processo de distinção entre nós mesmos e o mundo que nos cerca. Indica os mecanismos intelectuais que nos movem a seguir em uma determinada direção. Aqui, conseguimos entender como as pessoas são diferentes de nós e quais são as características nos separam, como a linguagem e a forma de se comunicar, por exemplo.

Depois da grande liberação de energia no nosso nascimento (Casa 1) e do nosso contato mais imersivo no plano material (Casa 2), chega o momento de percebermos o mundo exterior, de interagir com o que há à nossa volta. Por isso, a terceira casa é considerada a porta para o conhecimento, a distinção das coisas, o senso de comunidade e a comunicação entre as partes, representando todos os assuntos relativos à comunicação. É casa que representa o meio onde vivemos e o ambiente da nossa infância, representando nossa educação infantil no nível da escola primária. O signo que possui uma afinidade natural com a Casa 3 é Gêmeos e o planeta é Mercúrio.

É frequentemente referida como "a melhor das piores casas" ou "a pior das melhores casas". Por ser uma casa cadente, não é particularmente poderosa, mas pelo menos não possui alguns estigmas e temas negativos quanto outras casas do mesmo tipo, como doenças (Casa 6) e prisão, loucura (Casa 12).

A Casa 3 fala do nosso lado racional, se somos mais ou menos espertos em lidar com determinadas questões na vida, principalmente as mais práticas. O tema inteligência, quando relacionado a esta casa, tem a ver com a nossa capacidade de análise e compreensão básica (e prática) das coisas, como usamos nossa inteligência para conseguir agir em nosso mundo pessoal e para com aqueles que estão nele, nos rodeando.

Basicamente, mostra como lidamos com o nosso aprendizado imediato, como é / foi a nossa educação básica, além de como interagimos com aqueles que estão inseridos em nosso ambiente mais próximo e local: irmãos, vizinhos, tios, conhecidos, primos e colegas. Também pode nos dar algumas pistas sobre como compreendemos o mundo ao nosso redor e revelar muito sobre nossa maneira de processar e transmitir informações, escrever e nomear as coisas, como reagimos ao conhecimento que nos chega e como exploramos o mundo que nos cerca.

Reconhecer os benefícios da terceira casa em um mapa astral nos permite enxergar oportunidades para melhorar a nós mesmos. Ter uma casa 3 tensionada pode significar perder a vontade ou a capacidade de adquirir novas habilidades, menor curiosidade e menor vontade de aprender novas palavras.

Esta é uma casa muito influenciada pelo elemento do signo em que está em sua cúspide, se relacionando fortemente a um aspecto mais emocional quando está em um signo de Água, a pensamentos mais proativos e criativos quando em um signo de Fogo, à praticidade e realismo quando em um signo de Terra e ao lado social e dos contatos quando em um signo de Ar.

É sabido que algumas ações precisam ser bem pensadas e aprofundadas, mas outras devem ser quase que automáticas. A casa 3 está ligada aos dois modos, mas mais com a forma rápida e automática de pensamento. O conhecimento implícito e semi-automático é um tema de Casa 3. Por exemplo, dirigir um carro sem pensar nos detalhes do ato, de maneira quase mecânica e chegando a algum lugar sem nem perceber como chegou. Aliás, esta casa também fala sobre as características dos nossos meios de locomoção (qual é o nosso tipo de carro, por exemplo). Trata também dos equipamentos que costumamos usar em nossas atividades diárias, principalmente os ligados a comunicação como computadores, smartphones ou outros dispositivos.

Os lugares e espaços analisados na Casa 3 são aqueles em que nos sentimos confortavelmente aclimatados, que nos são muito familiares e corriqueiros. É basicamente o que se passa em nosso ambiente diário e local. Seu escopo possui temas simples como a padaria que visitamos todas as manhãs, a praça que passamos na volta do trabalho, o vizinho e porteiro que sempre cumprimentamos e conversamos sobre o sol e a chuva, etc. Dependendo dos astros e signos envolvidos na configuração da Casa 3, podemos ser mais ou menos expressivos e comunicativos, interagindo mais ou menos facilmente em nossa comunidade.

Comunicação é a chave

Como tratante da transmissão do conhecimento, do aprendizado e da troca de informações em geral, a Casa 3 governa a educação primária e secundária (embora não a superior), as viagens curtas (como aquelas que fazemos em passeios de escola e eventos de trabalho), os passeios nas imediações e os laços familiares entre irmãos e irmãs. Descreve a natureza de nossos processos intelectuais, a qualidade do nosso pensamento lógico e linear, como nos adaptamos e entendemos o ambiente ao nosso redor, como observamos, deduzimos, aprendemos, organizamos e nos comunicamos de forma prática. Assim, ela dá dicas sobre o nosso estilo de aprendizagem, indicando qual o melhor caminho para assimilarmos e comunicarmos o conhecimento assim como o nosso potencial para tais coisas.

A Casa 3 traz uma grande ênfase em tudo o que gira em torno da língua e da literatura. Também cuida da inteligência, destreza e astúcia. Refere-se à educação, particularmente a tradicional e tem a ver também com a nossa capacidade de escrita, aprendizagem e discursos. Uma casa 3 bem aspectada e fluida, com astros e signos afins, pode fazer parecer que a pessoa possui uma mente quase que simbiótica com as outras, algo que ajuda na compreensão geral das coisas.

Simboliza também a tomada de consciência ante a ignorância, nossa racionalidade, o ceticismo, qual é a nossa forma de aprendizado de algo que ainda não sabemos. Demonstra nossa capacidade de fazer algo utilizando nossos recursos mentais. É a casa que diz: "Pense, processe e passe adiante".

Dependendo da configuração da casa 3, ou seja, do signo, planetas e aspectos que ocorrem ali, estes processos são efetuados de diferentes formas por cada pessoa. Se você sentir dificuldades em se comunicar com outras pessoas, analisar o escopo da terceira casa pode gerar entendimento e oferecer soluções. Quando há a presença de planetas maléficos, pode haver uma tendência a ter problemas com a comunicação ou transportes, por exemplo. Já uma boa configuração planetária pode ajudar o nativo a possuir habilidades ou conhecimentos específicos, como mecânica, escultura, desenho técnico, etc.

 

A Casa 4 - Raízes, Fundações e Vida privada

Casa 4, que tem a sua cúspide (linha inicial) no chamado "Fundo do Céu", é a segunda casa angular no desenho de um mapa astral e representa basicamente as nossas origens, nosso passado, nossas raízes emocionais, psíquicas, genéticas, familiares e físicas, os hábitos e percepções formados no início da vida e alguns traços de personalidade que vêm de dentro, de nossas raízes. A análise completa da casa vem complementar a análise do Fundo do Céu (cúspide da casa 4), da mesma forma que a análise completa do que se passa na Casa 1 complementa as indicações dadas pelo Ascendente (cúspide da casa 1).

Está localizada na parte inferior do mapa astral, no quadrante sul, oposta à Casa 10 (Meio do Céu) e lida com os dois tipos de residência pessoal: A nossa casa (aspecto físico e material dela) e o nosso lar (aspecto emocional de refúgio e abrigo). Nela, lidamos com a experiência emocional relativa a tudo o que foi vivido nas três casas anteriores. Analisamos as chamadas "memórias de infância" e daquele sentimento de pertencimento a um lar. É nesta casa mundana que se dá a integração da mente, corpo e dos sentimentos reunidos como uma só coisa.

A quarta casa é comumente referida como a "Casa do Lar", sendo considerada a porta de entrada para análise dos temas de nossa própria casa física. Quando refletimos sobre a palavra "casa", geralmente pensamos naquele lugar onde temos nossas raízes ou que nos é confortável, aquele lugar que inspira a frase "não há lugar como o nosso lar!".

É um lugar misterioso e íntimo, de todas as coisas que amamos e que nos são queridas. Um local de família, intimidade e acolhimento, de sentimentos maternais, bem como de assuntos particulares e a proximidade constante com outro Ser. Também aponta questões importantes da relação que construímos com um dos pais. Pessoas com quarta casa acentuada podem ser colecionadores que têm um medo de mudança profundamente enraizados na necessidade de manter sentimentos familiares, do que já é conhecido. Indica como lidamos regularmente com as pessoas no local que chamamos de lar, seja com sua família ou alguém que mora com a gente.

É a casa matriz, a nossa base de operações, nossas raízes, o nosso refúgio e centro de poder pessoal, o lugar que recarrega (ou drena, dependendo da configuração astrológica) as nossas forças. Rege tudo o que tenha a ver com abrigos, refúgios e lares de infância, assim como a experiência emocional do início e do fim da vida, nossa genealogia. Trata também da nossa história familiar, nosso autodesenvolvimento, a qualidade das nossas memórias, nosso passado e a riqueza (ou pobreza) do nosso mundo interior. É o nosso destino final, representando também nossa sepultura, o que fecha o ciclo uma vida, sendo o começo e o fim.

Esta é a casa que representa nosso núcleo emocional e nossa capacidade de estar satisfeito, feliz e aquecer o coração e a melhor maneira de entender os assuntos da quarta casa é através da proximidade que temos com nossa mãe ou com quem rimos, acariciamos e cuidamos, aqueles que derretem nossos corações nos momentos mais difíceis.

Pode dar pistas de como nos comportamos quando estamos em casa, como é o crescimento da nossa árvore pessoal (onde a copa seria a Casa 10, a casa da nossa reputação e conquistas) e como foi nossa criação. Analisar bem a quarta casa pode nos ajudar a compreender como eliminar hábitos destrutivos que estejam enraizados em nossas fundações emocionais, no lar e na família.

O signo que possui uma afinidade natural com a Casa 4 é Câncer e o astro é a Lua.

De onde viemos...

A Casa 4 faz um círculo completo (o símbolo do infinito também é ligado a esta casa), abordando tanto o início da vida como também a velhice e o nosso local de descanso final. Grande parte da ênfase da quarta casa mundana, no entanto, está no conceito de lar, onde nos estabelecemos, criamos raízes e o que precisamos para seguir rumo ao Meio do Céu. Indica como as características adquiridas cedo na infância influenciam as decisões que tomamos a vida adulta.

Quem tem muita influência na quarta casa tende a seguir rotinas e tradições de suas famílias, colecionando coisas para que possam relembrar um dia.

Se olharmos para a Casa 10 como representante da integração global e social, a Casa 4 representa integração pessoal e privada, o centro de gravidade que nutre a nossa identidade e gerencia o nosso mundo privado. Pode ser vista também como a plataforma de lançamento para nossas aspirações e projeções no mundo, nossa "tomada de recarga".

Por ser um símbolo do lar, é um espaço privado, escondido da vida pública. Por isso a Casa 4 é a casa oposta à Casa 10, casa que corresponde justamente a vida pública e o status social do indivíduo. Na Casa 4, estamos "à portas fechadas", que se abrem apenas para aqueles os quais confiamos. Deve ser analisada junto com seu regente, a Lua.

Também são tratados nesta casa temas como normas culturais, convenções sociais e os modos de ser do indivíduo quando derivados das tradições, assim como nossa ascendência. No sentido de tradições familiares, estas servem para manter a família unida e apenas enquanto não causarem problemas e não atrapalhem o senso de responsabilidade.

Nossos pais também possuem grande importância dentro da análise da Casa 4, pois ajudaram (ou não, dependendo da configuração) a criar a nossa fundação pessoal, nos nutrindo e moldando parte do nosso ser. Portanto, a quarta casa também tem como parte dos seus temas o pai, a mãe ou o tutor. Também abrange em sua interpretação as estruturas físicas, como casas e imóveis.

Esta casa astrológica contém guardada em seu cerne a essência das nossas vidas privadas, tanto das coisas que ocorreram em nossa infância como aquelas que desejamos criar à medida que amadurecemos. Uma Casa 4 bem aspectada, fluida e nutrida em um mapa astral pode indicar uma conexão particularmente potente com a história de uma família, com terras ancestrais e grandes heranças.

Ao analisarmos a Casa 4, descobrimos os contos que deram origem a quem somos, nossas primeiras dores, prazeres, o que nos inspira saudade e histórias antigas. Ela é a raiz do nosso mapa, o "fundo do nosso céu". E nesse fundo, não existe só a superfície da terra como limite, mas também o que está escondido embaixo dela, um vislumbre do nosso inconsciente e das nossas emoções à respeito das nossas memórias, da dinâmica familiar, etc.

A análise da quarta casa nos dá pistas sobre a forma como vemos ou sentimos um dos nossos pais e a relação básica que temos com nossa família. É o espaço que cria o conceito de família, na verdade, e representa não apenas o nosso lar, mas também o nosso refúgio interior. Dependendo da configuração planetária que ocorre nessa casa, uns temas podem se expressar mais do que outros.

Infância, família, lar, raízes...

Psiquicamente, todos nós temos um senso de "lar", um local para onde sempre tendemos a retornar, seja fisicamente, para casa, a fundação propriamente dita, ou para perto daqueles que amamos e nos são familiares. Ao criar esse senso de lar, de pertencimento e proteção mútua, criamos um tipo de "local de encontro", como um santuário sagrado, um lugar isolado para nós mesmos e para os outros que nos são muito próximos.

Tem gente que sente que seu lar deve ser um local fixo e onde apenas poucos escolhidos tem acesso. Já outras pessoas, podem sentir que seu lar é qualquer lugar do mundo, como uma grande família global. Nesse senso de lar, integramos o Eu (Casa 1) com todo o histórico que veio antes de nós, algo que nos ajudará a moldar quem somos o presente. A Casa 4 é trata de onde e como criamos esse espaço doméstico que nos conforta, nos nutre e serve como base. Em contraste com a décima Casa, que representa o nosso lugar dentro da estrutura social, a Casa 4 representa o nosso interior mais privado e profundo.

 

A Casa 5 - Prazeres e Criatividade

Casa 5 marca o início de um novo ciclo de identidade na jornada de um mapa astral. Nesta área da vida, já não basta apenas existir como acontece na Casa 1. É a fase da manifestação do Ser como indivíduo, de forma independente e única. Simboliza o nosso desejo por nos sentirmos especiais, é o nosso palco de autoafirmação para que possamos ser nós mesmos, é a forma como obtemos a segurança da identidade que foi gerada na primeira casa e fala sobre como nos ajustamos às oportunidades de lazer que a vida nos oferece.

É uma das casas mais importantes para interpretações astrológicas, embora muitas vezes seja relegada a uma análise comum, como sendo "só mais uma casa". A verdade é que a Casa 5 é um complemento importante para a análise do nosso Sol pessoal, um lugar que nos puxa frequentemente e que deve ser sempre levada em consideração com prioridade em uma análise sintética.

Simboliza tudo o que tem potencial para nos deixar felizes e criativos assim como nossa abordagem primária às crianças que participam da nossa vida. É um setor do mapa que inspira um sentimento de amor mais inocente, dos relacionamentos leves que nos conectam com as pessoas antes de oficializarmos algo mais sério, nossas primeiras experiências de amor e prazeres sexuais divertidos, despreocupados e alegres.

Devemos sempre seguir as propostas que a configuração e signo da casa enviam para encontrar mais satisfação e contentamento na vida. Todos os nossos esforços criativos, prazeres e hobbies são comumente referenciados como sendo temas de Casa 5, que também é conhecida como a "Casa da Boa Fortuna", a "Casa da Alegria" ou a "Casa dos Prazeres". Assim como a Casa 2, outra casa sucedente, a quinta casa é um pouco mais sensível aos perigos da sedução, pois seus temas, se focados em demasia, nos fazem correr o risco do aprisionamento aos prazeres.

O simples ato de criar ganha foco aqui, pois a quinta casa trata dos nossos impulsos criativos, quais têm mais ou menos apelo para a pessoa. Ao analisarmos o que acontece nesta casa, podemos descobrir onde a pessoa tem mais chances de obter prazer e satisfação pessoal, incitando perguntas como: "Do que eu realmente gosto?", "O que me faz sentir bem?", "O que me dá prazer em fazer?". As respostas para tais perguntas estão sob o domínio da Casa 5 e seus planetas, signos e aspectos.

Especulação e espontaneidade

A quinta casa também trata do tipo de riscos financeiros que estamos dispostos a assumir, ou seja, de como é a nossa "coragem para assumir riscos" e especular, seja no amor, dinheiro ou nas diversas situações da vida.

Também se refere a crianças e assuntos relacionados a elas. Aqui é onde sentimos a necessidade de sermos especiais, onde há um desejo de sermos reconhecidos por alguma qualidade única, especialmente algum tipo de esforço que realmente mostre quem somos e / ou que deixe um legado. Em essência, é onde nossa vontade de criar (ou a falta dela) pode se materializar e se manifestar mais fortemente.

Casos e romances, ambos prazeres emocionais, também constam em seus temas. O modo como cada pessoa obtém sua satisfação pessoal é único e tal satisfação pode ser obtida de várias formas, como jogos, brincadeiras, encontros, casos hobbies e muitos tipos de entretenimento. A quinta casa trata bastante disso, de como é a nossa excitação por qualquer coisa que seja, até mesmo pela simples esperança de se ter um resultado agradável com uma ação, ideia ou projeto. Sim, para algumas pessoas, até isso é uma fonte de prazer.

O signo que possui uma afinidade natural com a Casa 5 é Leão e o astro é o Sol.

Expressando o Ego

Enquanto na casa anterior, uma importante casa angular de Água (Yin), vivemos o sentimento de sermos quem somos em um núcleo íntimo e privado, nesta casa sucedente de Fogo (Yang) ligada à Leão, aprendemos a exteriorizar esse sentimento, transformando-o em auto expressão criativa e abundante para o mundo. A Casa 5 rege todas as atividades associadas a expressão do ego, que pode tomar diversas formas:

  • Criação: a capacidade de criar, as "minhas criações". Estas podem ter um carácter artístico ou estender-se a quaisquer outras áreas de expressão e criatividade alimentada pela síntese do mapa;
  • Procriação: a capacidade de gerar. Os filhos ou as crianças são aqui encarados mais como projeções do ego do que como "outras pessoas" independentes e autônomas. É algo que nós geramos;
  • Recreação: a capacidade lúdica de se envolver em divertimentos e jogos, de entreter. Os "crushs", os namoros, os casos , o sexo por divertimento e a popularidade em geral estão incluídos neste grupo, por se tratarem de expressões e necessidades do Eu em se sentir querido, notado e especial.

Prazeres, criatividade e espontaneidade

Complementando a análise da Casa 4, a Casa 5 dá indicações sobre a criança interior que existe em cada adulto. Está associada ao coração e à emoções como amor e paixão. Também dá pistas sobre coisas das quais gostamos ou que nos trazem prazer, como nossos romances. Pode se referir a ideias, ideais, invenções (dependendo dos planetas e dos signos no mapa astral), arte ou qualquer outra coisa que a gente curta muito.

Hobbies, festas e todas as formas de arte e entretenimento tais como esportes ou jogos, férias e lazer. Tem a ver também com o drama, com a atuação e com a escrita utilizados como formas de expressão criativa. Tem a ver com a qualidade do permitir-se, da alegria e da espontaneidade de uma pessoa.

Coisas como beber demais, esbanjar dinheiro, se exibir com confiança, fazer sexo por prazer ou aquele sentimento de "não se arrepender de nada" e "curtir a vida adoidado" são alguns dos temas observados na qualidade da Casa 5. Ao contrário da Casa 7, que fala sobre ter uma experiência mais formal e séria de relacionamento, sociedade ou parceria, a quinta casa é onde nos envolvemos com o outro apenas por prazer e diversão, de uma forma mais leve e espontânea.

O tema "sexo" é geralmente associado a Casa 8, mas este seria um sexo mais profundo, pactuado, a fusão máxima dos seres em sua troca de recursos - de corpo e alma, sorvendo o recurso alheio a fim de se obter uma forte consumação da união. A Casa 5 também trata de sexo, mas do sexo casual, mais leve ou confortável, como uma forma de prazer mais descontraído, divertido e sem vínculos avançados.

Qual o real prazer que tiramos das coisas?

A quinta casa nos mostra que a vida é muito mais do que simplesmente existir, fazer coisas por obrigação ou do que aquele comportamento de "fazer por fazer". Trata sobre o prazer obtido nas coisas grandes ou pequenas que nos propomos a fazer, nos papéis que exercemos na vida e em tudo o que nos envolvemos.

Fala sobre qualquer tipo de prazer que você extraia de suas ações. Você pode ter prazer em trabalhar, por exemplo. Prazer em ajudar, prazer em dormir, ficar à toa... enfim, se você gosta de fazer algo e tem prazer em fazê-lo, é disso que a Casa 5 fala, de acordo com toda a configuração astrológica envolvida entre os signos, planetas e aspectos que interagem com ela.

Ter uma Casa 5 fortemente populada ou aspectada pode deixar uma pessoa presa aos bons tempos, envolvida em gastos e indulgências, muito embora uma pessoa mais criativa, fértil, com afinidade para criar projetos, ser generosa e ter boa percepção das artes, com uma intensa busca pelo prazer em tudo o que faz.

Por exemplo, uma pessoa com Vênus na Casa 5, geralmente tem mais sorte, pois o planeta ali costuma gerar bons frutos e se sentir muito à vontade.

Já ter Capricórnio, Saturno ou Plutão nessa casa pode tornar sua vivência um pouco mais mais séria, difícil e limitar a auto-expressão. Saturno, em especial, pode deixar a pessoa mais séria, travada, sem permitir-se demais, com uma maior timidez ou achando que precisa merecer muito o divertimento. Tais posicionamentos irão nos amadurecer antes do tempo, travar um pouco nossa criança interior e trazer pressão e um tipo de consciência que irá diminuir àquela sensação infantil de ignorância sadia, livre, alegre e espontânea. E um pouco de ignorância, quando bem pontual, tende a ser sinônimo de felicidade.

 

A Casa 6 - Serviço, Rotina e Saúde

A Casa 6 representa o nosso conhecimento concreto e prático, os ajustes que fazemos ao longo da vida, o nosso senso de aprimoramento e a nossa capacidade de lidar com a adversidades. Está associada também à purificação, à nossa capacidade de trabalho e ao serviço rotineiro. É o nosso modo de auto-aperfeiçoamento, como lidamos com crítica e autocrítica. Mostra como é o funcionamento do nosso ambiente de trabalho e a qualidade do nosso relacionamento com colegas de profissão.

Não simboliza a nossa carreira, reputação e projeção social, pois estes são temas da Casa 10, mas sim o trabalho diário, o ato de servir e o serviço propriamente dito, coisas que nos fazem aprender através da experiência.

Em nosso dia a dia, estamos sempre à serviço de quem precisa, mesmo que essa pessoa seja nós mesmos. Como sempre há coisas a serem feitas, roupas a serem lavadas, rotinas a serem cumpridas, higiene a ser cuidada, itens a serem consertados e serviços a serem prestados, analisar a sexta casa mundana nos dá um indicativo da qualidade dessas ações corriqueiras.

Rege as tarefas que muitas vezes não gostamos, mas precisamos fazer para manter as engrenagens das nossas máquinas pessoais funcionando sem problemas. Em sua essência, a sexta casa é um local de rotina, da vida cotidiana, que nos fornece a boa nutrição de cada dia e que incita perguntas como: "O que faremos e como agiremos com nossas deficiências?", "Como vamos reagir diante de crises e problemas do dia a dia?", "Como é a nossa higiene, dieta ou rotina de exercícios?", "Que roupa usar hoje?", "Tá na hora de cortar o cabelo?", "Meus animais estão alimentados?". Todas essas questões simples são o que mantém as nossas engrenagens funcionando e a roda girando de forma íntegra.

Sua análise pode dar pistas sobre a rotina de uma pessoa e se ela vai se manter forte e íntegra ou não em torno dessas e outras questões.

Era conhecida como a casa da escravidão em tempos mais remotos. É uma casa cadente, considerada uma das "casas maléficas" e no passado, já foi chamada de "casa da má sorte". Ao longo do tempo já foi associada a diversas coisas desagradáveis como servidão exacerbada, trabalho duro e doenças. Comumente, é referida como uma das chamadas "casas complicadas" do mapa astral, junto com a Casa 6 e a Casa 12.

Já nos dias de hoje, é geralmente associada ao papel da saúde (ou falta dela, podendo mostrar problemas e condições fisiológicas) e do trabalho. Animais de estimação ou de pequeno porte também fazem parte do escopo da sexta casa pois ao longo do tempo sempre foram utilizados como formas de ajudar o Ser humano com seus serviços, como os cães de caça e de guarda, por exemplo.

Quanto ao significado de saúde, enquanto a primeira casa se refere apenas à saúde física, a sexta é um conjunto completo que trata de dores físicas, capacidade de cura e problemas diversos que afetam a nossa percepção do mundo no dia a dia.

É importante citar que maus momentos, problemas diversos, doenças e reveses fazem parte dos ciclos de nossa existência. A forma que lidamos com tais situações é o que vai nos moldando ao longo da vida e definindo parte da nossa personalidade.

É uma casa de modéstia e realizações para o bem-estar dos outros, que nos ensina onde encontrar nossos limites e o equilíbrio entre servir e ser servido. Está ligada ao disciplinamento do ego, algo que gera humildade e nos molda a viver melhor em sociedade, nos ajudando a funcionar melhor e a nos integrarmos mais naturalmente e de forma ordenada com o mundo ao nosso redor. É na sexta Casa que passamos a reconhecer melhor nossas limitações e nosso desejo de auto-aperfeiçoamento. Com isso, conseguimos perceber que nosso bem-estar só pode ser alcançado através da disciplina e humildade genuínas.

A Casa 6 é regida pelo signo de Virgem e pelo planeta Mercúrio.

Rotina, saúde e serviço

Analisando este setor do mapa, pode-se ver a qualidade da nossa organização diária, incluindo as refeições, padrão de sono, coisas relacionadas à saúde e fisiologia, cumprimento de horários, higiene pessoal, agendas e nossa postura em relação às responsabilidades diárias. Fala de cuidados (principalmente aqueles que temos com nós mesmos todos os dias) e nos conecta à Terra de uma maneira bem prática, através de pequenas coisas na vida que precisam nos satisfazer e sustentar. Dependendo dos planetas que interagem aqui, desafios ou benesses podem ocorrer. Se houver planetas maléficos atuando, sua saúde e o trabalho podem ser afetados e problemas como vício em trabalho, hipocondria ou ortorexia podem acontecer. Já com bons planetas transitando, sugere haver mais equilíbrio no aspecto mental, físico e espiritual da vida, influenciando também um maior desejo por auto cura ou o dom de curar outras pessoas.

Rege vários temas aparentemente distintos, mas que na verdade estão profundamente relacionados, como a saúde, doenças, trabalho, aperfeiçoamento pessoal e deveres. Na verdade, mesmo sendo muito comum ser bastante referenciada como a casa da saúde, o significado real de saúde aqui pode ser um pouco questionável ou variável, pois a vitalidade do Ser é melhor compreendida através da Casa 1 (e até mesmo da 5), assim como seus regentes, devido a grande importância do Ascendente como sendo o grande articulador da nossa essência vital.

Pelo quincúncio (aspecto de 150 graus) que faz com a Casa 1, que é a casa da vitalidade, a Casa 6 pode de fato representar muito mais a ausência de saúde do que a presença, dessa forma sendo mais válido associá-la às doenças, à somatização de desequilíbrios gerados talvez por uma rotina estressante, higiene inadequada ou paranoias. Os trânsitos e planetas que interagem com a sexta casa podem gerar resultados positivos para a saúde se bem aproveitados, seja gerando uma maior necessidade de buscar uma saúde melhor como um desejo por aprimorar nossa manutenção diária.

Vale ressaltar que doenças são somatizações, consideradas como um bloqueio da energia do corpo etérico que não é usada produtivamente. Quando os nossos deveres e rotinas no mundo não correspondem às nossas verdadeiras necessidades (e aqui entra também os nossos hábitos de higiene), há um desequilíbrio e podemos ficar doentes. Da mesma forma, um trabalho compensador e regrado pode promover o bem-estar imediato da nossa saúde.

Quanto aos animais domésticos, é sabido o efeito benéfico que podem ter sobre a saúde e o ânimo de seus donos. Além disso, os animais antigamente eram vistos primeiramente como serviçais (que é um dos temas da Casa 6) que ajudavam as pessoas no cumprimento das rotinas diárias, portanto é algo que ainda pode ser considerado nos dias de hoje. De fato representa todos os ajudantes que entram em nossas vidas, começando por nossos funcionários, cozinheiros, ajudantes e todos aqueles que nos ajudam a manter nossa rotina diária mais saudável, seja no corpo ou na mente, incluindo nossos pets.

A Casa 6 está associada à saúde apenas por questão de disciplina, pois manter a saúde é um ato nitidamente ligado a uma disciplina pessoal adequada, seja na alimentação, na rotina de exercícios, na higiene e nos bons hábitos diários. O bem-estar do corpo está diretamente ligado à nossa capacidade de sermos disciplinados ou não, de dominarmos nossa mente e energias - tanto físicas quanto emocionais.

Responsabilidades

Como vimos, a sexta casa mundana nos dá pistas sobre como "funcionamos" no dia-a-dia e como encaramos nossos rituais diários, nossas rotinas básicas: o trabalho, os detalhes e ações que temos que repetir diariamente, nossa higiene, dieta, enfim, tudo que faz parte do nosso cotidiano e que funciona como engrenagens de uma máquina maior. É importante citar que dever, responsabilidade e crescimento pessoal são coisas que ajudam na realização do nosso Ser. A capacidade de servir e ajudar os outros é algo valioso e gratificante.

Os focos maiores da Casa 6 talvez são o nosso emprego (seja como empregador ou empregado, já que trabalhamos para os outros mas também para nós mesmos), todas as pessoas que nos servem e aqueles a quem servimos e outros que dependem de nós, além do tipo de ferramentas, habilidades e técnicas de que dispomos para nos aperfeiçoar e melhorar o que nos cerca, mostrando a nossa atitude básica perante deveres, rotina, atitude servil, responsabilidades e trabalho.

Lida com a ordem ante o caos e refere-se a deveres que você faz voluntariamente e que servem para seu conforto ou algum outro objetivo. Por exemplo: você limpa a casa para ter um lugar confortável e salutar para viver, não porque é interessante! A dinâmica envolvida na sexta casa mundana no mapa astral contará sobre a facilidade ou dificuldade em gerir todas estas coisas.

 

A Casa 7 - As Parcerias e Sociedades

Casa 7, a terceira casa angular de um mapa astral, é a primeira casa acima do horizonte, sendo comumente referida como a "Casa das Parcerias". Trata dos nossos relacionamentos sérios, dos nossos acordos. A cúspide (linha inicial) da Sétima Casa é o local do chamado "Signo Descendente", ou seja, o Signo que estava se pondo no horizonte oriental no exato momento do nascimento. Define as relações que temos com cada pessoa, o compromisso mútuo e a forma como encaramos a Sociedade. Muitas vezes podemos ver o Sol ou o regente do Ascendente posicionado na sétima casa de pessoas famosas.

Representa todos os tipos de associações que fazemos durante a vida e fala de nossa atitude em relação a todos com quem nos encontramos e mantemos contato, incluindo aí o casamento, as parcerias românticas de longo prazo, os relacionamentos com bastante comprometimento, as relações comerciais, sociedades, contratos, negociações, diplomacias, acordos e inimigos declarados - aqueles que sabemos quem são. É um espelho do nosso próprio Eu refletido nas outras pessoas.

É a casa da nossa experiência através "do outro" e mostra o tipo de ajuda que dispensamos ao outro. Dependendo da configuração astrológica da nossa Casa 7, conseguimos ver se vamos cooperar em maior ou menor grau nessas parcerias variadas. A qualidade dessa cooperação e como nos relacionamos com os outros, pode ser descoberta pela análise completa da dinâmica astrológica que ocorre na sétima Casa. Ela dá dicas sobre como é o tipo de relacionamento que mantemos com nossos associados e parceiros mais próximos.

É na Casa 7 que pela primeira vez, o Ego, iniciado na Casa 1 (a casa oposta, do "Eu") tem a oportunidade de se render à grande força unificadora da cooperação, conseguindo visualizar, encontrar e valorizar a existência do "Outro", permitindo o ato de compartilhar e compreender. A sétima casa dá pistas de como nos dedicamos para o bem maior de todos. É a consciência social manifestada através do indivíduo e da política.

Mostra também o que nos atrai nos outros, as qualidades que admiramos nas pessoas, especialmente aquelas com as quais mantemos relações. Geralmente, nós nos relacionamos com os outros com o propósito de alcançar algum objetivo específico. Mas com isso, vem o reconhecimento de que quando cooperamos, interagimos, fazermos parcerias e ajudamos as pessoas, também ajudamos a nós mesmos. Por meio das associações que fazemos, temos a noção de que não é possível viver sozinho nem progredir muito tempo apenas por conta própria, sem a ajuda de ninguém.

Ao mantermos contatos e realizarmos acordos e parcerias, preenchemos parte da nossa essência. É através dos nossos(as) parceiros(as) que trabalhamos, brincamos, amamos, criamos, aprendemos, ajudamos, completamos e somos completados. Os outros são a outra metade que ajuda a nos tornar inteiros. A forma como nos relacionamos com os outros ajudará a nos definir como seres humanos e espelhar nossos anseios.

A delineação da sétima casa mundana do mapa astral incita perguntas como: "Por que escolhemos esse ou aquele tipo de parceiro(a) frequentemente?", "É por amor, por dinheiro, por razões práticas ou considerações sociais?", "Que tipo de relação que eu atraio?", "Por quê não consigo fazer parcerias sustentáveis ou significativas?", etc.

Os elos que formamos ao longo da vida podem nos ensinar muito e a análise completa da casa 7 pode revelar a qualidade das nossas parcerias e como podemos fazer para que elas melhorem nossa vida, tornando-a mais rica, completa, melhor e especial. Com isso, ganhamos a chance de fazer a mesma coisa pela vida do outro.

A Casa 7 é regida pelo Signo de Libra e pelo Planeta Vênus.

Relacionamentos sérios

Enquanto a quinta casa rege os relacionamentos mais casuais efêmeros, a Casa 7 trata das nossas parcerias mais sérias, como casamentos, sociedades e acordos de longo prazo, seja no amor ou nos negócios. A sétima Casa rege todas as associações oficiais, assim como os confrontos advindos dessas parcerias, incluindo litígios.  De uma forma até mesmo antagônica, por mais estranho que pareça, a sétima casa também trata dos nossos "inimigos declarados", as pessoas que podemos identificar mais claramente como nossos adversários. Afinal, amor e ódio são emoções polarizadas, mas os opostos se tocam em algum nível.

A Casa 7 também indica que tipo de qualidades buscamos em um parceiro, o nosso modelo de "companheiro(a) perfeito(a)", o pedaço que falta na gente. Por ser palco das nossas ligações mais fortes, seja românticas, societárias ou políticas, envolve uniões que estão juntas tanto no prazer quanto dor, na vitória e na derrota, na paz e na guerra, atrelados àquela célebre frase "na saúde e na doença".

Lidando com confrontos e inimizades

Por mais que projetemos nossas idealizações e expectativas no outros, crises e realidades destoantes com as expectativas podem surgir através de comportamentos como traições, insultos, embates, divergências ou desafios. Todas as parcerias e contatos estão sujeitos a isso durante a vida.

A sétima casa lida com os laços com aqueles que discordam abertamente de nossa personalidade, ideias, ações, ideologias ou escolhas, sendo estes os inimigos conhecidos e diretos, aqueles com potencial de entrarmos em conflito. Tensões ocorridas no âmbito das nossas parcerias também servem para nos ensinar lições, nos dando mais experiência. Por isso, a casa 7 também trata do lado mais tenso dos nossos relacionamentos, como em ações de divórcio, processos e tratados mal resolvidos. É na sétima casa que podemos detectar quais são nossas falhas políticas, aquelas que podem até nos levar à guerras e crises sérias.

Muitas vezes, encontramos ou projetamos nas outras pessoas características e defeitos que não conseguimos enxergar em nós mesmos. É isso que geralmente cria as inimizades e confrontos. A Casa 7 representa "O Outro" tanto no sentido da complementariedade como no do confronto, como as quebras de contrato por posicionamentos divergentes e os litígios oficializados. Quando nos relacionamos com as pessoas há uma troca. Damos, recebemos e concordamos com algumas regras básicas para que não haja conflitos, embora às vezes alguns sejam inevitáveis até que encontremos alguma solução, de preferência política.

 

A Casa 8 - Recursos compartilhados

Casa 8 carrega uma grande carga psicológica em sua temática, representando os relacionamentos íntimos e as grandes transformações emocionais que deles resultam. Pode ser comparada ao caldeirão da bruxa ou ao forno do alquimista: é o lugar das crises e mudanças que ocorrem em segredo se transmutam, no íntimo do ser. Na Casa 8, o compromisso que assumimos na sétima casa mundana torna-se palpável: passamos por experiências que nos tornam parte de uma entidade exigente e maior, que é a do "nós".

Ao mesmo tempo, percebemos que podemos usar nosso poder pessoal para controlar essa entidade maior representada pela fusão, a fim de tirarmos benefícios próprios em relacionamentos ou objetivos pessoais.

A oitava casa mundana é comumente referida como a casa do sexo, aquela que aprofunda os relacionamentos e as interações com os outros - e como certos aspectos dessas interações podem assumir uma natureza comum a ambos, um aspecto compartilhado. Esta casa versa sobre o potencial que os nossos relacionamentos nos trarão e como podemos tirar o máximo proveito deles. É a porta de entrada para a efetivação de investimentos e negócios, regendo o dinheiro e o legado de outras pessoas. Pode ser considerada também a segunda casa de saúde.

O termo grego para a oitava casa é Epicataphora, que significa algo como "cair no mundo inferior", ou um significado paralelo, "adentrar as portas do inferno". Representa o caminho do Sol no céu quando ele desce em direção ao horizonte, o que muitas culturas antigas achavam que fosse a morte de seu Deus solar.

Embora nenhum planeta na oitava casa tenha uma conotação particularmente feliz em sua interpretação, a lua crescente é considerada fértil para assuntos financeiros.

A Casa 8 é regida pelo signo de Escorpião e pelo planeta Marte (na astrologia tradicional) e Plutão (na astrologia moderna).

Fusão, transformação e regeneração

A Casa 8 é tratada no mapa astral como um ponto de evolução ou transformação, que mostra a nossa capacidade de se transformar, romper casulos e transcender. Mas a bem da verdade, essa não é uma casa muito feliz, sendo considerada maléfica na astrologia, já que a proposta de renascimento nem sempre segue a proposta de morte. É um setor bastante desafiador em um mapa astral, abrangendo nossos medos mais profundos e os mais cabulosos abusos de poder. Os planetas posicionados nessa casa assim como os aspectos que fazem versam sobre nossa relação com a perda.

É um local de regeneração, o qual nos fechamos em reclusão quando estamos feridos, perdidos ou derrotados, mas que nos mostra o que devemos enfrentar e mudar para crescer, se regenerar, evoluir, obter perdão ou simplesmente aceitar algum fato. Por meio de suas crises, nos transforma em pessoas melhores, por isso não devemos ter ódio ou medo, mas sim gostar da ideia.

Todas as pessoas que já travamos contato através da Casa 7 e deixamos de lado vão se acumulando aqui, criando apreensões, insatisfações e medos. É o lugar onde ocorrem os relacionamentos sexuais mais íntimos e onde podemos analisar todas as preferências excêntricas, fetiches, parafilias, escolhas difíceis de entender pelos outros e coisas das quais temos vergonha.

É o lugar usado pelo nosso inconsciente para nos enviar todo o necessário para nos proteger de situações de risco de vida (ou nos jogar neles), sendo um lugar de perigo e de medo, mas também de libertação.

Essa é talvez a mais odiada de todas as casas, mas se analisarmos com mais calma, não há motivo para tal, exceto por nossas próprias percepções de limitações, medos e tabus. Esta é uma das casas que esconde todas as coisas sujas, nossa carga emocional, nossa raiva, nossas emoções perturbadoras e coisas das quais precisamos nos libertar, bem como tudo o que colocamos debaixo do tapete, recusando-nos a negociar ou exibir.

Em sua manifestação final, esta é a casa da morte, chegando como o fim da estrada, depois que muitas coisas foram descartadas para o nosso corpo lidar, mas também como uma parte inevitável da vida. Qualquer planeta situado em nossa oitava casa é um planeta que deixamos de ver em toda a sua glória e potencial. Mesmo quando Marte ou Plutão estão aqui, dada sua forte conexão, sua influência ainda tende a ser complicada.

Algumas experiências de casa 8 podem ser particularmente perturbadores, embora para algumas pessoas, tais experiências sejam sedutoras, atraentes e estimulantes: psicólogos, astrólogos, ocultistas, alquimistas, cuidadores, curandeiros, xamãs e toda sorte de pessoas ligadas ao esoterismo ou parapsicologia podem ter sua intuição aprimorada, exercer funções grandiosas e possuir habilidades consideráveis em suas atuações dependendo da configuração de sua Casa 8.

A Casa 8 é o setor que lida também com os relacionamentos super comprometidos e profundos, como um pacto que existe além dos votos tradicionais, que prometem vivências complexas que ainda estão por vir. Como visto, mostra qual é a qualidade da nossa capacidade de fusão, intimidade e profundidade, a forma como misturamos as nossas energias com algo maior ou além do ego. O sexo (que é uma forma de fusão com o outro, um recurso compartilhado), as questões finais de alguma situação e instituições financeiras também fazem parte do escopo dessa casa.

Uma iniciativa de fusão pode ser vivenciada como uma forma de aumentar o poder pessoal e o domínio do ego, ou como uma via para a transcendência, através da transformação desse mesmo ego.

Este processo pode ocorrer em vários níveis:

- Material: dinheiro, heranças, empreendimentos; gerir e administrar os valores dos outros; investimentos; confiança mútua;
- Emocional: ligações íntimas e profundas; sexualidade; os relacionamentos quando catalizadores de transformações; a destruição de velhas fronteiras do ego;
- Social: o poder; a busca do que está escondido, do que é desconhecido e oculto, tanto em relacionamentos quanto na sociedade; manipulação, intrigas, tabus; relações de domínio;
- Espiritual: morte e renascimento; a transcendência, a relação com o chamado Plano Astral; é nesta área da vida que enfrentamos e transformamos os nossos "demônios" internos: o ciúme, a inveja, a ganância, o egoísmo, etc.

É um setor do mapa que versa sobre poder e controle, que vai nos moldar para o melhor ou para o pior ao longo da vida, embora nós também temos o poder de controlar o que acontece por ali.

Voltando à ênfase desta casa no sexo, é importante citar que um orgasmo já foi chamado de "a pequena morte" pelos franceses. A ideia é que, quando alcançamos esse estado de comunhão absolutamente exaltado, que é o ápice e o fim do benefício de fusão que o sexo proporciona, deixamos um pouco de nós mesmos para trás.

É uma casa com oportunidades iguais, que trata do sexo, da morte e do renascimento sob a mesma tutela de igualdade, reconhecendo a importância de todos os três nas nossas transformações. Todos nós vamos experimentar a morte e o renascimento como parte de nossas vidas, seja relacionamentos fracassados que levam a novos, em mudanças de carreira, de jeito de ser, de mudanças no visual que nos transformam fisicamente, após crises que nos tornam pessoas diferentes... todos ganhamos eventualmente novas oportunidades de transformação e regeneração ao longo da vida e a oitava casa pode mostrar a qualidade desses processos e como reagimos a eles.

Rituais e Recursos compartilhados

A casa 2 indica nossos recursos pessoais e o casa 8 indica os recursos compartilhados,  tanto em um relacionamento quanto em uma sociedade. Herança, pensão alimentícia, impostos, apoio de outras pessoas (financeiro, espiritual, físico ou emocional), todas essas coisas fazem parte dos temas da oitava casa. É como dizem, "o ganho de uns é a perda de outros". Tal frase se encaixa bem no escopo da oitava casa.

Ao adentrar a Casa 8, o ego está flertando com o mundo dos rituais. E rituais são projetados para reunir as pessoas através de padrões comuns de pensar, sentir e agir. Em nosso mundo algumas vezes meio disfuncional, alguns desses rituais muita vezes são projetados para aniquilar o senso de individualidade, fazendo com que a pessoa siga um objetivo maior sob controle do outro. Pode ser uma organização política, empresarial, comercial ou religiosa. Esse processo de "lavagem cerebral" ritualístico pode decretar a morte do ego.

Esse pode ser o lado negativo de algumas organizações, porém, em outras, o indivíduo colhe os frutos que plantou, pois quanto mais pessoas participam em prol de um bem comum, mais recursos são produzidos e divididos. Ou seja, quando participamos de "organizações", podemos tanto colher recompensas quanto consequências negativas e todas essas coisas podem ser analisadas a partir da configuração da casa 8 no mapa.

A Casa 8 trata também da cura através da regeneração, do dinheiro ainda não ganho, do descarte, da reciclagem, poluição, do lixo, de perdas, renúncias e desapegos. Pode indicar o final de tudo, inclusive do nosso caminho.

 

A Casa 9 - Expansão da Consciência

Casa 9, terceira casa regida pelo elemento Fogo, marca o começo de um novo ciclo de identidade. É o setor do mapa que provê experiências para que aprendamos e possamos descobrir quem realmente somos. Não é nada parecido com a identidade primordial do nosso nascimento, a nossa primeira aparição no mundo (temas de casa 1), nem com a expressão criativa da individualidade, em se sentir especial (temas de casa 5). A nona casa mundana é a porta para a mente superior, as viagens distantes (físicas ou mentais), a vida acadêmica, teosófica ou filosófica.

É comumente referida como a "Casa da Filosofia" ou até mesmo a "Casa de Deus". Dessa forma, a busca por um significado maior de si e de tudo é o ponto focal aqui. Trata das questões mais nobres e filosóficas do ser humano e aqui que as pessoas vão fazer as suas escolhas espirituais e buscar uma conexão mais íntima com algo superior.

Lida com professores, mestres e gurus (internos e externos), que nos são apresentados através de diferentes pessoas, circunstâncias ou lugares. Tudo o que tem condições de ampliar nossa visão de mundo e perspectivas, que nos ensina algo novo e nos ajuda a seguir em frente e transpassar barreiras está ligado à Casa 9. Lida com a nossa filosofia de vida, doutrina e religião, bem como questões de direito e ética pessoal.

O escopo da nona casa também abrange os netos, assim como os sogros. É uma casa filosoficamente direcionada à busca por significado, propósito e verdade. Além disso, trata também de imigração, publicação de artigos e multinacionais de importação e exportação.

Ao explorar nosso mundo, começamos a compreender tudo o que está disponível para nós. Tudo se resume a entendimento, ao ato de compreender o que vemos, sentimos e percebemos, na esperança de assimilar e experimentar o verdadeiro significado de tudo. A casa 9 trata da busca por um significado, um direcionamento mais amplo e menos trivial ou banal, um propósito maior do que o Ser individual, algo que transcende a própria personalidade. É o conhecimento total da identidade que começou a se formar na casa 1.

Sendo a próxima casa após a oitava (que lida com términos e fins de ciclo), a casa 9 vem incitar a curiosidade e inspirar perguntas sobre a vida após a morte e tudo o que vem depois de algo que, morreu, desapareceu ou está escondido. Trata da nossa capacidade de seguir em frente e adentrar o além e tende a mostrar a direção que temos que seguir para nos libertar de qualquer medo de mudança.

Toda vez que olhamos para nona casa no nosso mapa astral, precisamos lidar também com a nossa casa 8, pois não podemos ter uma perspectiva ampla das coisas se estivermos com medo ou presos a algo. Mesmo se estiver bem configurada, não conseguiremos nos conectar com seus temas se nossa oitava casa não estiver bem cuidada também, portanto, medos e apegos devem ser sanados para que haja uma boa fluência da Casa 9 no mapa. Este sentimento prejudica a qualidade e o potencial expansivo de nossas vidas, temas regidos pela nona casa.

Cada barreira e medo que deixamos pra trás têm condições de nos levar a novos horizontes, experiências, relacionamentos e conhecimentos.

Através do ensino avançado proposto pela nona casa mundana, esperamos compreender conceitos, insights e teorias que melhorarão o nosso mundo e gerar um maior senso de propósito e direcionamento pessoal em nossa vida. Seja através da filosofia, astrologia, teologia, psicologia ou outro caminho, a casa 9 nos lembra que estamos em uma viagem de descoberta e autoconhecimento, sendo estas coisas deveras importantes e que também devem fazer parte da nossa jornada enquanto seres viventes.

E ao longo dessa jornada, vamos encarar nossos ideais e moldar a ética pela qual vivemos. Compreender e aceitar que existe algo maior do que nós, além das trivialidades do nosso mundo, é um conceito fundamental da nona casa mundana, onde umas pessoas sentirão mais essa necessidade e outras menos, dependendo da configuração planetária que lá se encontra.

Se o seu Sol natal está posicionado na casa 9, sua essência tende a ser muito brilhante e feliz, pois esta é chamada a "casa da alegria e do contentamento" para o Sol. O astro tende a se sentir confortável quando posicionado neste setor do mapa. A Casa 9 é regida pelo signo de Sagitário e pelo planeta Júpiter.

A verdade está lá fora

Como explicado acima, a nona casa mundana é a casa da identificação com o significado de todas as coisas, com a possível verdade. Está igualmente relacionada ao conhecimento superior, a mente abstrata e aos processos intuitivos do pensamento. Trata da filosofia, da religião e da fé como estandartes ante a racionalidade irrascível e o ceticismo raso. Mostra a maneira como concebemos a imagem de Deus ou de um Ser superior. Além das questões filosóficas, a Casa 9 rege também o ambiente que se vive nos relacionamentos, a ética conjugal e as relações com os parentes por proximidade e afinidade, como sogros e cunhados.

Rege ainda as grandes viagens, pois viajar é um ato que nos permite conhecer novas culturas, filosofias, modos de vida, religiões, enfim, expande nossos horizontes. Podemos considerar também as viagens mentais - idealistas, meditativas e transcendentais.

Muitas pessoas que não sentem a necessidade de aprofundamento, de superação de traumas ou acontecimentos, de conhecer e expandir os horizontes e ficam muito presas ao passado, muitas vezes têm alguma dificuldade em relação à sua casa 9.

Independência, desbravamento, liberdade e justiça são atitudes importantes sugeridas por esta casa. Sonhos e visões também são aplicáveis, assim como idiomas estrangeiros e sucesso. A palavra "estrangeiros" refere-se tanto a pessoas de longe quanto a pessoas locais, mas que tenham diferentes origens e crenças.

Mente superior

Enquanto a terceira casa é a casa do ambiente e conhecimento imediato, rápido, prático, lógico e racional, a Casa 9 é a dos conhecimentos intuitivos e avançados. É mais dependente de outras coisas, situações ou pessoas para se expressar, porém, é mais dinâmica e consegue deixar nossa mente mais independente. Educação superior, ética e princípios jurídicos também fazem parte desta casa.

O termo “educação superior” engloba muito mais coisas do que apenas estudar em uma universidade. Refere-se, por exemplo, à nossa capacidade de considerar diferentes pontos de vista e escolher um deles, mesmo sabendo que pode não ser a verdade absoluta, mas que é a melhor opção para a atual situação ou paradigma. Permite que examinemos crenças e ideais sem necessariamente acreditar neles. Ou seja, abre as portas para uma mente mais abrangente e inteligente. É a sabedoria e o conhecimento que podem ser adquiridos tanto em uma universidade quanto na escola da vida ou até mesmo através da fé e experiências místicas que acessam outras realidades.

Uma compreensão concreta das possibilidades da vida e o domínio dos recursos pode levar a uma ambição quase implacável, a soberba, ganância ou uma utilização excessiva do ego. Para enfrentar esses problemas de maneira mais eficaz, ao longo do tempo instituímos e aprimoramos as leis e a política. Elas preveem o crescimento ordenado e positivo da sociedade, útil para quando deixamos de ser humildes diante do que temos, percebemos ou somos.

A filosofia e a religião também ajudam a adicionar foco e propósito a uma sociedade produtiva e desbravadora, e este é um dos conceitos da casa 9. Ou seja, a maneira como os membros de uma sociedade se relacionam, conhecendo e respeitando as leis pelas quais eles vivem, são princípios fundamentais da nona casa mundana. A maneira pela qual expandimos nossas vidas internas e externas também está sob o escopo desta casa, sendo as viagens e a interação com outros povos e culturas um meio para esse fim.

Um pensamento mais profundo

A casa 9 é repleta trata de conceitos e experiências estimulantes que nos levam além das fronteiras, físicas e pessoais. Nos impele a transpassar o comum, o mundano e nos levar direto ao fundo das maiores questões da vida. "Quem somos nós?", "O que é Deus?", "Qual é o propósito da vida?"

Alguns procuram as respostas no lado material da vida, outros vão explorar terras estrangeiras em busca dessas respostas e outros ainda explorarão as profundezas da alma dentro das bibliotecas. Seja qual for o tipo de busca, tende a gerar crescimento pessoal. Na pior das hipóteses, aspectos tensos na casa 9 podem levar ao lado sombrio das crenças sob a forma de dogmas ou devoções de cultos a um poder superior de forma incondicional, ou, até mesmo, demonstrar niilismo e uma aversão completa a qualquer tipo de ensinamento, cultura e conhecimento.

Como citado, a casa 3 nos proporciona experiências de conhecimento rápido, uma espécie de raciocínio básico que podemos usar sem pensar muito sobre o que estamos fazendo. Na casa 6, o nosso conhecimento pode se tornar automático através da prática, da repetição, da rotina, se tornando parte de nós. Já na Casa 9 podemos pensar mais profundamente e em níveis mais elevados sobre as coisas, pois nosso conhecimento básico é acessado inconscientemente para que possamos pintar um panorama. Dessa forma, experimentamos várias ideias em nossas mentes e ganhamos mais capacidade de compreender tudo que nos cerca. Indica como podemos expandir nossa consciência e visão, para então, desenvolvermos e aplicarmos na prática a sabedoria adquirida.

 

A Casa 10 - Posição Social e Reputação

Casa 10, sendo uma casa angular do elemento terra, indica a nossa capacidade de integração, estruturação e realização na sociedade e o nosso esforço pelo reconhecimento. Mostra o momento e a qualidade do nosso reconhecimento social, sendo a casa oposta a casa 4, em que a estruturação é individual e não social. Este é o setor o qual podemos analisar onde e como nos vemos como seres sociais, é a porta de entrada para o status de uma pessoa na sociedade. É o local que projetamos para a sociedade tudo que podemos entregar.

Fala sobre tudo o que nos esforçamos para nos tornar, das nossas escolhas de carreira, nosso primeiro grande trabalho depois que nos formamos, de quem queremos nos tornar na nossa árvore genealógica, das obrigações, planejamentos e responsabilidades pessoais.

Também rege a fama, a honra, a notoriedade e os marcos específicos na vida de um indivíduo. A Casa 10 (casa a qual sua cúspide é chamada de Meio do Céu) é a casa mais forte de um mapa astral depois da casa 1 (onde a cúspide é chamada de Ascendente). O Sol nasce na primeira casa e atinge a altura e o brilho máximos na décima casa, no topo do mapa, o que representa o poder absoluto e ofuscante do Sol do meio-dia.

A décima casa mundana é comumente referida como a "Casa do Status Social" e versa sobre a posição que alcançamos em nossa vida social, seja no trabalho, carreira e na sociedade como um todo. Trata do status, da autoridade que uma pessoa transmite e o papel que ela assume na sociedade. Também fala sobre as promoções que recebemos, a fama que alcançamos e dos empreendimentos e funções que participamos como seres sociais. É a forma como nos enxergamos, o papel social que assumimos e como a sociedade nos vê (e como enxergam nossos esforços a comunidade como um todo).

Junto com a sétima casa, a Casa 10 também fala de aparências e da maneira como os outros nos veem, mas dessa vez através do status ou do nome que construímos para nós mesmos: o advogado, a dentista, o engenheiro, a arquiteta, o técnico, etc.

Além de sua associação mais comum com a carreira e posição social, a casa 10 também trata de como nos apresentamos em público: somos lentos, dinâmicos, admirados, profissionais, benquistos ou personas non-gratas? Seja para o bem ou para o mal, a décima casa mundana é um local de grande visibilidade e isso tem o poder de atrair admiração ou condenação. Sabe aquela famosa frase: "fale bem ou fale mal, fale de mim"? De certa forma ela se aplica ao mote da casa 10.

Se a quarta casa se refere à base, raízes, ou seja, "de onde você vem", então a décima mostra "para onde você está indo". A grande jogada para nutrir corretamente neste setor do mapa é saber usar as nuances das fundações psicológicas obtidas nas experiências da nossa casa 4, que é privada, em direção a casa 10, um perfil público e independente. A quarta casa é como o sofá confortável que nos espera no lar, já a casa 10 é a nossa cadeira no trabalho. ou, nossa estrutura e raiz começam na Casa 4 e a copa da árvore é a Casa 10, que começa a exibir e prover seus frutos através da nossa ação como personagens sociais.

Este setor pode nos dar indícios de como podemos contribuir de uma melhor forma para as atividades que desempenhamos quando em sociedade e como nós abordamos e encaramos o ambiente profissional. Embora nenhum planeta tenha total alegria quando posicionado nessa casa, os astros bem posicionados ou aspectatos podem ajudar no sucesso profissional ou elevar a posição social, enquanto os planetas em tensão podem negar o mesmo.

A décima casa é governada pelo signo de Capricórnio e pelo planeta Saturno.

Ambição, carreira e imagem social

Sendo a última casa de Terra, a casa 10 representa o ápice do nosso Eu individual, indicando de que forma mostramos à sociedade os recursos que reconhecemos e aprendemos a gerir na casa 2 e que aperfeiçoamos na casa 6. Indica, assim, a nossa projeção e influência na sociedade e nos processos sociais, o "status", a carreira, a ambição e a vocação. Dá indicações também sobre a nossa capacidade de realização pessoal, de estruturar e influenciar a sociedade (casa 10) através de leis e princípios éticos (casa 9).

Carreira, objetivos profissionais, ambição e motivação são passíveis de serem analisados aqui e em um contexto mais prático, assim como a qualidade dos empregadores, chefes e suas regras, além de quaisquer outras organizações que têm a capacidade de nos governar.

Como sou visto socialmente?

A Casa 10 define também aquilo que representamos para a sociedade, a nossa imagem e personagem social, como somos vistos por todos, que ações fazem com que nos tornemos conhecidos. Ainda em nossa atual sociedade, a reputação de alguém está parcialmente atrelada à família. Nesse sentido, há uma forte relação entre esta casa astrológica e a mãe do indivíduo, pois considera-se que esta também possui certa responsabilidade por mantê-la.

Além de tratar da nossa imagem na sociedade, lida com autoridade, honra, prestígio, das organizações às quais nos filiamos, dos governantes e dos empresários. Lida ainda com objetivos e aspirações, além de pessoas que possam ter poder e influência sobre você. Por isso costuma indicar um dos pais, o de maior influência. Como lidamos com o prestígio e o status social que adquirimos através de nossas carreiras e posição social é algo tratado pela casa 10.

Incita perguntas como: "Qual o papel que escolheremos e como vamos melhor aprimorá-lo?", "Até onde queremos ir e o quanto queremos alcançar na vida?", "Qual será a minha vocação?", "Como gerimos nosso status e o quão eles massageiam nosso ego?", "Será que vamos usar nosso poder para realmente ajudar a sociedade ou seremos apenas ambiciosos, obstinados e imprudentes?" Em uma sociedade competitiva e meritocrata, dependendo da posição que alcançamos (ou do ímpeto para alcança-la), pode ser muito difícil se cansar das recompensas adquiridas. Qual o limite, então? Quem dita tal limite? Todas essas coisas podem ser analisadas dentro do escopo da décima casa mundana no mapa astral.